Números como o 190, 193 e 197, que são telefones disponibilizados para qualquer cidadão, no território baiano, para realizar ligações gratuitas em casos de urgência e emergência, estão sendo utilizados para trotes, crime que pode resultar de um a três anos de pena. Enquanto as equipes perdem tempo ao atender uma ligação falsa, alguém realmente precisando de ajuda pode ser prejudicado.
Somente no Centro Integrado de Comunicação (Cicom); vinculado à Superintendência de Telecomunicações (Stelecom), da Secretaria da Segurança Pública do Estado (SSP), e é responsável por receber ligações da capital e região metropolitana, são atendidos 11 mil telefonemas por dia, 40% deles, trotes.
A coordenadora de gestão da qualidade da Stelecom, que funciona no Centro Administrativo da Bahia (CAB), capitã PM Micheline Costa, informa que um conjunto de medidas é desenvolvido pela superintendência com o intuito de inibir esta prática criminosa, que inclui atividades de conscientização, educativas e também repressivas. “Ao receber as ligações de trote, fazemos um cadastro prévio [com os números]. Portanto, já sabemos de onde partem. Então, retornamos a ligação para os referidos números com o objetivo de orientar os responsáveis pela linha telefônica”.
Pessoas com problemas mentais e crianças em idade escolar estão entre as que mais fazem ligações falsas ao Cicom. A capitã afirma ainda que nem sempre as equipes conseguem entrar em contato com o responsável pela linha telefônica. “Nesses casos, informamos o número do telefone para a unidade de Polícia Judiciária para que faça a apuração. Também realizamos palestras nas escolas sobre esta demanda”. Para agendar uma visita à Stelecom ou solicitar uma palestra nas unidades de ensino, as escolas devem entrar em contato pelo telefone (71) 3115-9396.
Após receber as ligações no posto de telefonia (call center), os atendentes direcionam a chamada para o teledespacho, de onde profissionais da Polícia Militar da Bahia (PMBA), Corpo de Bombeiros, Departamento de Polícia Técnica (DPT) e da Polícia Civil fazem o encaminhamento das chamadas para as unidades, de acordo com o perfil de cada ocorrências.
Além do Cicom, no CAB, dez outras unidades funcionam em diferentes regiões da Bahia nas cidades de Alagoinhas (Nordeste), Feira de Santana, Senhor do Bonfim, Itaberaba (Centro Norte), Porto Seguro (extremo Sul), Vitória da Conquista (Sudoeste), Itabuna (Sul), Jequié (Centro Sul), Juazeiro (Norte), Paulo Afonso e Ibotirama (Vale do São Francisco) “Estes centros são responsáveis por regiões limítrofes”, diz Micheline.
* Secom/BA
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