Hélder relata que foi agredido por policiais militares após sair com um grupo amigos de uma festa no dia 6 de fevereiro, em Jaguarão. Ao questionar o motivo da abordagem dos policiais que, segundo ele, foi truculenta, o estudante teria sido jogado no chão e algemado, além de ter ouvido ofensas racistas. “As pessoas pediram para não me levar porque conheciam a gente. Um dos policiais estudou comigo na minha sala. Mesmo assim, fizeram esse tipo de coisa”, conta Helder.
Ele denunciou o caso na corregedoria da Polícia Militar e pediu a abertura de inquérito sobre crime de racismo na Polícia Civil. Depois das denúncias, recebeu duas cartas com ameaças. “Nego sujo volta para a Bahia (sic)”, diz uma delas. Para Helder, as cartas partiram de dentro da polícia. “São pessoas que têm propriedade sobre as coisas internas da Brigada Militar [a PM gaúcha]. Não são do nada. Como sabiam que a diretora foi lá?”, diz. A diretora do campus da Unipampa em Jaguarão, Maria de Fátima Ribeiro, também procurou a corregedoria da PM. Ela teria recebido uma correspondência, na qual o autor anônimo diz que a universidade está trazendo “lixo” para a cidade.Hélder chegou a Jaguarão em março do ano passado, depois de ser aprovado no Enem, e está no terceiro semestre do curso de licenciatura em História. Ele diz que nunca havia passado por constrangimento semelhante na universidade. “Nunca havia sentido constrangimento, não diretamente. Não tenho o que falar da cidade, mas da segurança do Estado, das pessoas que cometeram este tipo de atrocidade”, afirma.
De origem humilde, Helder foi o primeiro de sua família a chegar na universidade. Para o estudante, as instituições gaúchas devem estar preparadas para a chegada de estudantes de outras partes do Brasil. "Não é um problema do Enem, mas da segurança pública do Estado. Entendo que tudo é muito novo, as pessoas não estão preparadas. Mas é uma realidade e as estruturas do Estado precisam estar preparadas”, completa.
Helder e o advogado Onir Araújo conversaram na manhã desta segunda com a ministra da Igualdade Racial, Luiza Barros, que estava em visita oficial a Porto Alegre. Eles pedem a transferência do estudante para a Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, no campus de Cachoeira, próximo a Feira de Santana. Um irmão e amigos de Helder estudam na instituição.
“Estamos aguardando que ainda hoje (segunda) tenhamos uma resposta sobre a transferência. Não queremos acreditar que a União e o Estado queiram resolver simplesmente mandando o Helder para a Bahia”, destaca Onir Araújo.
O caso está sendo acompanhado pelo Ministério Público, pela Secretaria de Justiça e Direitos Humanos do governo estadual e pela Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa. “Vamos contatar o comando da Brigada Militar para apurar o ocorrido, se de fato houve abuso e crime de racismo, para pedirmos providências imediatas”, afirma o deputado Miki Breier (PSB), presidente da comissão.
FONTE: g1
Sinceramente, não sabia que ser chamado de negao e considerado por lei CRIME de racismo?esse menino ta muito revoltado...tadinho..isso e uma pratica ilegal policial e nada mais..Vi o video ate o final,e ainda nao entendi o REAL motivo dele ter sido preso,e ameaçado e ate tb a professora??Outra , o caso dele e de interesse publico GERAL!?Essa problemática e pessoal ou coletiva?
ResponderExcluirSou neto de italianos , portanto branco, mas me indiguina o cinismo irônico de pessoas cuja intenção é descaracterizar um fato grave como foi esse. Segundo o que foi noticiado esse rapaz sofreu agreções por conta de sua cor, como historiador sei muito bem como a história tenta camuflar o episódio dos lanceiros negros, na revolução farroupílha, e o mais triste é ver que esse pensamento está se perpetuando, A propósito foi tomada alguma providencia? alguem já foi punido?
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